Trata-se de uma intervenção no Hospital Privado Centro Médico de Córdoba, que é um dos centros hospitalares de alta complexidade mais importantes da cidade de Córdoba, que conta com uma área aproximada de 27000m² cobertos, cujo edifício original foi projetado pelo estúdio SEPRA nos anos cinquenta. Ao edifício original foram feitas sucessivas modificações, uma das últimas realizadas pelo estúdio GGMPU, no anos noventa.
O programa proposto pelo cliente consistia em mudar a cafeteria do subsolo. Além disso, projetou-se incorporar uma farmácia externa para relocar a antiga e, finalmente, o planejamento da remodelação do acesso principal do hospital.
Todo esse conjunto de ações foi realizada em duas etapas. A primeira contemplou a cafeteria, com seu núcleo de banheiros, e a nova farmácia. A cafeteria foi ampliada, incorporando um pátio semicoberto e se procedeu a remodelação do acesso principal do Hospital.
A nova cafeteria, farmácia e acesso principal do hospital foram concebidos, em conjunto, como um edifício de “embasamento”, de estrutura de perfis metálicos cinzas, com grandes vidros transparentes, aproveitando o baixo isolamento por sua orientação sul. Todo ele com o objetivo de dar a sensação de um volume leviano, permeável e unificante da linguagem do térreo.
As colunas metálicas, por sua parte, seguem o mesmo ritmo da fachada original , conseguindo assim manter uma ordem subjacente no conjunto.
Nos interiores, pretendeu-se gerar espaços agradáveis e institucionais, com características diferentes às que se vivenciam habitualmente no interior de estabelecimentos hospitalares, propondo um espaço com ampla conexão com o exterior, o contato com o verde, que prioriza o ingresso de luz natural e transparência.
O ambiente agradável na cafeteria é dado através do uso da madeira natural e placas de “melamína”, não somente nos revestimentos e forros, mas também nos equipamentos.
Por outra parte, foi gerado um pátio exterior coberto com uma pérgola metálica, como expansão do bar, o que permite uma maior distinção dos usuários.
O acesso foi remodelado alterando carpintaria, pisos e forros existentes por novos, com cores frias combinadas sutilmente com efeitos quentes. Construiu-se um plano de vidro translúcido (profilit), de tonalidades esverdeadas, que servem de suporte para a instituição interior e também para a recepcionista. Completou-se com carpintarias de perfis metálicos, cor cinza metalizado, com contravidros de madeira natural. Tudo isto foi projetado com formas orgânicas que acompanham os movimentos das pessoas, repetindo-se nos desenhos dos pisos e forros. Todos estes elementos novos foram incorporados de maneira harmônica com o existente.
Também foi regastada uma árvore existente no acesso, incorporando ela como elemento gerador da geometria da arquitetura. Para isto se realizou uma estrutura a modo de ponte metálica desapegada do solo, para não afetar as raízes da árvore. Este ato foi enfatizado com a incorporação de luzes abaixo da estrutura. Todo ele se faz mais orgânico e mais evidente com a materialização de uma curva realizada em estrutura e vidro.
O novo edifício se separa do antigo, gerando um pátio interno que permite o acesso dos funcionários tanto ao bar como à farmácia, localizada no extremo deste conjunto, permitindo também a correta ventilação dos locais contíguos a este novo edifício.
Em síntese, a ideia dos arquitetos que foi trabalhada nesta intervenção foi a de procurar aliviar, desde a arquitetura, com todas as possibilidades desta, as difíceis situações que afrontam as pessoas durante sua estadia num hospital.